quarta-feira, maio 09, 2007

Complementando o post anterior sobre pássaros....


O Pássaro Vermelho


Nas matas da selva Amazônica vivia o Ipezinho, um indiozinho alegre, de olhos em bico, um sorriso maroto.
Naquele tempo a selva ainda não estava desbravada. Era tudo verde, imensamente lindo e selvagem. O Ipezinho era o pequeno rei de uma tribo alegre e ágil. Era filho único de um casal de índios, a Ana e o Iberê. A sua vida chamava-se liberdade, a nudez esparramada no rio, as pernas ágeis a correr, as mãos flexíveis a manejar o arco e a flecha. Trazia um sorriso estampado no rosto, os olhos brilhantes de prazer. Um dia conheceu o amor. Caçava na floresta densa, quando viu um lindo pássaro vermelho. Pousado no galho, o pássaro de plumagem brilhante entoava uma canção. O Ipezinho ficou fascinado pelo canto da pequena ave encantada. Quando estava perto dela, a olhar-lhe para as penas brilhantes, a ouvir a música do seu canto na selva, a sua alma agitava-se de prazer. Começou uma linda amizade. O Ipezinho tinha companheira para as suas caçadas e pescarias. O misterioso pássaro vermelho acompanhava-o, a voar e a cantar. Acostumara-se a ir para a mata com o seu voo saltitante e o canto magnífico. Uma tarde, quando chegou à mata cerrada, procurou o pássaro vermelho e não o encontrou. O seu coraçãozinho de índio ficou oprimido pela angústia da perca. Passaram-se vários dias; o pequeno índio já não era o mesmo. Onde estaria o seu amigo? Quando voltou à selva, passados dias, ouviu um canto familiar. O coração do Ipezinho disparou. Lá estava, pousado num galho, no topo de uma árvore centenária, o pássaro vermelho. Voou e voou, como a fazer uma festa e o índio sorriu de novo. Conhecera o amor, a amizade... agora a angústia, o medo da perca... a saudade. Uma idéia espicaçou-lhe o íntimo. Foi para casa e, com alguns galhos e cipós, fez uma gaiola para o seu amigo, o pássaro vermelho.
O pai observou o trabalho consciencioso do filho, mas não disse nada. Olhou para ele e perguntou-lhe:
- Filho, porquê a gaiola? Todos nós aqui somos livres...
O Ipezinho não respondeu e correu para a selva. Lá estava a sua avezinha predileta, o seu verdadeiro amigo. O amiguinho recebeu-o em festa, voando e pousando-lhe nos ombros. O Ipezinho foi ágil, apanhou a pequena ave e colocou-a na gaiola. O pássaro começou a debater-se, mas logo ficou quieto. Pouco depois, no poleiro, começou a cantar uma canção maravilhosa.
O Ipezinho sorriu, mas sentiu um aperto no coração, como se fosse um mau presságio. No entanto, o seu amigo estaria com ele para sempre. Nunca mais o perderia; ele, que conhecera as doçuras do amor e da amizade, agora conhecia a propriedade, a posse. O lindo uirapuru era agora todo seu. Voltou para casa e ninguém comentou sobre o passarinho na gaiola. O Ipezinho acordava com o som do canto do pássaro vermelho. Ele cantava sempre, mesmo preso, e o indiozinho levava com ele a gaiola para todos os cantos.
Um dia, durante uma caçada, o Ipezinho caiu numa armadilha feita por caçadores. Não conseguiu sair do buraco durante muitos dias.
O uirapuru cantava dia e noite... acompanhando o menino nas noites de horror e medo... até que o pai do indiozinho o encontrou, fraco e desmaiado, dentro do buraco. Teve febre alta e delirou durante vários dias. Na gaiola, o pássaro vermelho cantava, para que o Ipezinho sobrevivesse.
Quando o pequeno índio se restabeleceu completamente da queda na armadilha, o pai chamou-o para uma conversa. Estava abatido, o rosto tinha um vinco de sofrimento:
-Filho, a tua mãe está muito doente. Ficou desesperada com o teu desaparecimento e nunca mais foi a mesma. Vou-te pedir uma coisa: até que ela se restabeleça, não quero que vás para a mata. Ficarás por aqui, na tribo. A tua mãe está desesperada, não te quer voltar a perder.
O Ipezinho sentiu um nó na garganta e foi ver a mãe. Estava irreconhecível, com febre, delirava:
-Filho, não voltes a sair de perto de mim... - disse, apertando-lhe o bracinho com força.
O Ipezinho conhecera o amor, a saudade, a angústia, a posse... agora o desespero.
Quando as pessoas amavam, sofriam...
A sua vida mudou radicalmente. Agora, eram duas as gaiolas: a dele e a do uirapuru.
Acabaram-se os mergulhos nas águas do rio, as conversas com os botos, a pesca e a caça.
Acabaram-se a liberdade, a brincadeira índia, a vida livre... o Ipezinho não saía de ao pé da mãe, sussurrando-lhe ao ouvido:
-Mãe, estou bem... Mãe, não saio mais de perto da senhora...
O pássaro vermelho batia as asas na gaiola, cantava para alegrar o Ipezinho. No entanto, o pequeno índio já não era o mesmo...
O dia nasceu dourado e as vozes na mata acordaram-no. O Ipezinho levantou-se sobressaltado, o pássaro na gaiola cantava sem parar.
Gostaria de ir tomar banho no rio, pular, caçar e pescar. Quereria gritar bem alto, rir e cantar... no entanto, a sua gaiola estava fechada. Os dias arrastavam-se e a mãe não melhorava...
Um dia, o curandeiro da tribo confidenciou-lhe com tristeza:
-Ipezinho, nada mais posso fazer pela tua mãe! O restabelecimento de Ana está nas tuas mãos - disse, compondo um ar grave.
O pequeno índio saiu da tenda do curandeiro. Estava triste e cabisbaixo.
Sentou-se no chão e encostou-se ao tronco de uma velha árvore. Tinha a gaiola à sua frente, e dentro dela o seu lindo amigo cantor, o pássaro vermelho.
Olhou para o céu e viu os pássaros a cantar, as asas livres num voo fantástico. Depois, o seu olhar voltou-se para o seu amiguinho, o UIRAPURU.
Era o seu grande amigo; mesmo preso, cantava sempre. Cantava embalando-lhe o sono para dormir e, nas manhãs ensolaradas, cantava para despertá-lo. Nos dias de chuva, cantava também. Olhou para a gaiola, um espaço estrito, árido e sem vida... Naquele momento em que olhou para a avezinha prisioneira, o seu coração angustiou-se. Sentiu um grande amor e uma grande compaixão...
Não, o lugar do seu amor, do seu amigo, não era ali e se o amava, devia querer para ele o melhor...
Respirou fundo... uma lágrima desceu pelo pequeno rosto tisnadopelo sol... e abriu a porta da gaiola.
A avezinha vacilou por momentos, ficou estática, como se estivesse a olhar para ele. Logo a seguir, pulou do poleiro improvisado e voou para o céu. Voou tão alto que o Ipezinho não a viu mais...
O Ipezinho sentiu uma estranha alegria e parou de sofrer. Quando soltou a avezinha, libertou-se de todos os fantasmas da sua angústia.
Pegou na gaiola e inutilizou-a.
Logo a seguir, o pai veio ao seu encontro:
-Ipezinho, a tua mãe está melhor. Já comeu e perguntou por ti.
O indiozinho esboçou um largo sorriso e correu a ver a mãe:
-Ipezinho, meu filho... - disse ela - ... não posso mais prender-te aqui. Querido filho, volta para a tua liberdade e sê feliz e que os deuses da floresta te protejam - disse a índia, acariciando o rosto do seu único filho.
A manhã nascera ensolarada. O Ipezinho correu para a floresta. Estava radiante, pulou, brincou e cantou...
De repente, um bater de asas... E uma avezinha pousou num galho de uma árvore. Era o pássaro vermelho. Quando ele canta, os sons da floresta apagam-se. Toda a natureza silencia para ouvir o canto do uirapuru.
O Ipezinho, que conhecera o amor, a amizade, a posse, a tristeza, a frustração, agora conhecia realmente o amor e a felicidade.
Enfiou-se pela mata dentro e já não havia medo no seu olhar.

Texto de Sandra Cecília (Br)
(adaptado para português europeu por Nampula)

Pássaros na Gaiola

Nessa semana, quando fui buscar meu filho na escola vi um carro parar na calçada e imediatamente um ajudante de uma Pet bem famosa em Ipanema sair correndo para ajudar no transporte das dezenas de gaiolas que a mulher trazia com ela no carro. Fiquei filosofando sózinha, por que será que ainda hoje se prende pássaros em gaiola??? Que horror!!! Aquele bichinho tão tristinho dentro de casa....Ás vezes, quando ouço um pássaro cantar dentro de um apartamento tenho a impressão que é um canto de tristeza. De que lhes adianta terem asas se não podem voar??????

segunda-feira, maio 07, 2007

Sonhe Com Estrelas>>>>>>>>Fernando Pessoa

Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu. Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar, sabe-se lá aonde. As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha,na sua, em todas as, faces. O sorriso! Esse, você deve segurar, não o deixe ir embora, agarre-o! Persiga um sonho, mas, não o deixe viver sozinho. Alimente a sua alma com amor, cure as suas feridas com carinho. Descubra-se todos os dias,deixe-se levar pelas vontades mas, não enlouqueça por elas, abasteça seu coração de fé, não a perca nunca. Alargue seu coração de esperanças,mas, não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-as. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!Circunda-se de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada.

sábado, maio 05, 2007

Pão de Açúcar - Urca - Rio de Janeiro


Exemplo de raro afloramento rochoso, não afetado pelas metamorfoses provocadas por agentes físicos, químicos ou biológicos, o Pão de Açúcar desponta na porta de entrada da Cidade do Rio de Janeiro como um monumento natural, visível aos navegantes desde longínquas posições no Oceano Atlântico.
Há duas versões para o seu nome: uma, da língua
tupi, usada pelos Tamoios antigos habitantes das cercanias da Baia de Guanabara, de onde teria saído a palavra "pau-nh-açuqua", que significava "morro isolado, pontudo"; outra, da língua portuguesa, trazida pelos primeiros colonizadores, que acharam a pedra parecida com a fôrma de barro empregada nos engenhos de açúcar primitivos para coagular o caldo de cana.
O acesso ao alto do penedo tornou-se viável com a implantação do serviço de Teleférico, cuja primeira linha foi inaugurada em 1912, ligando a Praia Vermelha ao Morro da Urca, e a segunda começou a operar no ano seguinte, estendendo a ligação até o alto do Pão de Açúcar. Este serviço funcionou ininterruptamente até 1972, quando foi substituído pelo segundo e atual Teleférico - um sistema moderno que, entre outras atrações, apresenta uma singularidade: é o único teleférico do mundo cuja cabina é transparente em todas as suas faces laterais. Batizado carinhosamente de "Bondinho do Pão- de-Açúcar", esse meio de transporte que parece desafiar a lei da gravidade tornou-se um dos símbolos mais populares da Cidade que dele se descortina como um deslumbrante cartão-postal.

sexta-feira, maio 04, 2007

SUIPA..Sociedade União Internacional Protetora dos Animais

Fundada em 27/04/1943 por um grupo de pessoas de várias classes sociais, todos amantes dos animais. Inicialmente a SUIPA se chamava "Sociedade União Infantil Protetora dos Animais" porque os protetores traziam seus filhos para auxiliarem no tratamento de cães encontrados doentes em via pública e trazidos para o pequeno barracão na antiga Av. Castelo Branco, depois Av. Suburbana e atualmente Av. Dom Hélder Câmara no. 1801, subúrbio carioca. Naquela época, o local era uma área rural, sem qualquer recurso.
Com o passar dos anos, famílias foram se mudando para as proximidades da SUIPA e foram criadas as favelas do "Jacarezinho" e de "Manguinhos", somando um total de mais de 300 mil moradores de comunidades carentes, nos dias de hoje.
No final dos anos 50, o grupo de protetores foi se modificando e, como não havia mais a presença de crianças no auxilio aos animais abrigados, os novos diretores cadastraram a SUIPA como "Sociedade União Internacional Protetora dos Animais", pois estava se desenvolvendo uma nova fase mais abrangente dentro da Entidade. Intelectuais como: Carlos Drummond de Andrade, Nise da Silveira, Roberto Marinho, Paschoal Carlos Magno, Rachel de Queiroz e outros célebres e amantes da causa animal eram associados, alguns diretores e outros conselheiros, participavam de assembléias e "incomodavam" as autoridades, já naquela época, para que o Decreto-Lei no. 24.645 de julho de 1934, assinado pelo Presidente Getúlio Vargas fosse cumprido.
Protetores suipanos foram se desenvolvendo, cada vez mais atuantes, pela causa animal. Retiravam tartarugas de restaurantes, abriam portas das carrocinhas para a fuga em massa de cães capturados pela Prefeitura, lutavam em favor de um santuário no sul do Brasil para as baleias, retiravam cavalos maltratados de charreteiros, recolhiam aves silvestres de locais inadequados e também escreviam cartas para presidentes e governantes de outros países, sempre defendendo todas as espécies de animais.Com mais de sessenta anos de existência, mantida apenas pelos associados, esta Entidade diariamente vem lutando a favor da causa animal. Por causa disso, a SUIPA tornou-se conhecida popularmente. Sem fins lucrativos e contra a eutanásia em qualquer espécie viva, a SUIPA atua incansavelmente no auxílio aos animais, orienta as pessoas sobre diversas situações, colabora com autoridades policiais e judiciais, recebendo e abrigando animais retirados de rinhas ou de locais insalubres etc....A finalidade da SUIPA é de melhorar, a cada instante, a situação de descaso e de abandono dos animais em geral e também de conscientizar às pessoas de que os animais merecem respeito, devendo ser bem cuidados e protegidos.


"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante." Albert Schweitzer (Nobel da Paz de 1952)


Do latim "adoptare", a palavra adotar significa "tomar ou receber como filho". Por isso, amigos, nós da SUIPA temos critérios rigorosos quando as pessoas procuram nossa Entidade para adotar um "focinho carente". Queremos um NOVO LAR para cada "sobrinho" que um dia chegou ao nosso abrigo com frio, sujo, amedrontado, repleto de carrapatos e de diversas doenças. Após vencer todas as dificuldades dentro de um abrigo, o mínimo que ele precisa é de um humano responsável, que não o deixe mais sentir dor e solidão. Por isso, a SUIPA não autoriza a adoção de seus "sobrinhos" quando percebe que a intenção das pessoas interessadas é de fazer com que os animais se tornem "cães de guarda", "gatos que comem ratos" e "brinquedos para seus filhos". A finalidade da SUIPA é de proteger os animais não humanos e não de agradar os animais humanos.
A adoção de animais na sede da SUIPA é diária.
HORÁRIOS PARA ADOÇÃO Em sua sede em Benfica / RJ, de segunda a sábado das 08:00 horas às 16 horas e domingos e feriados das 8 horas ao meio dia.
No Clube de Regatas Boqueirão do Passeio ( perto do MAM - Museu de Arte Moderna e do Aeroporto Santos Dumont ), das 09:00 horas às 15:00 horas, nas datas que serão divulgadas, com antecedência, pelo site e através das circulares aos sócios.
A pessoa interessada em adotar, deverá levar cópias do cpf, documento de identidade e do comprovante de residência atualizado.
Para se adotar um animal na SUIPA, a pessoa irá preencher um questionário de avaliação, fará uma entrevista com uma funcionária do Setor de Adoção e, se a adoção for autorizada, a pessoa poderá levar seu mais fiel amigo no mesmo dia.
É fundamental aceitar a esterilização do filhote adotado ao completar seis/sete meses de idade. Normalmente os animais adultos já são adotados esterilizados. Em algum caso que ainda não tenha ocorrido a esterilização, o novo guardião assinará um termo se responsabilizando em retornar a SUIPA, na data marcada, para a realização gratuita da cirurgia.

quarta-feira, maio 02, 2007

De Bagdá com muito amor





Depois que a Nina, nossa SRD que foi tirada das rua de Copacabana, veio aqui prá casa me interessei mais por ler sobre esses seres pequenos que nos conquistam a cada dia. Li esse livro todo em 3 noites. Confesso que não gosto muito de ler sobre guerras, mas a história de Lava e do amor do capitão por ele e do esforço para fazer com que ele permanecesse vivo me conquistou e não consegui parar de ler.



DE BAGDÁ, COM MUITO AMOR

Jay Kopelman, Melinda Roth
Editora BestSeller