O estudante Donato Di Carlo fez o sonho de milhares de fãs de "Calvin & Haroldo" virar realidade: como projeto de conclusão de curso na CFP Film School de Milão, transformou as tiras em quadrinhos do americano Bill Waterson em um desenho animado. Com dois minutos e meio, mostrava as peripécias típicas de Calvin e de Haroldo, um tigre de pelúcia que ganha vida a partir da imaginação do garoto de sete anos. Para divulgar, Donato colocou o vídeo no YouTube. Após a boa repercussão inicial, veio a dor de cabeça. Bill Waterson pediu para que o site retirasse o vídeo do ar, alegando violação dos direitos autorais de seus personagens. Hoje, quem entra no endereço do vídeo só encontra um aviso do YouTube no lugar da animação. "Colocar o vídeo no YouTube foi uma decisão errada", lamenta Donato, em entrevista ao G1. "Eu escrevi que a animação era minha, mas os personagens eram de Waterson." De fato, o que Donato fez foi criar uma pequena história animando quadrinhos desenhados por Waterson. Com a ajuda de um amigo, desenvolveu um roteiro fundindo várias histórias em uma só, que mostrasse acontecimentos freqüentes nas tiras de Waterson. Foram quatro meses para finalizar o desenho. "Sou um fã de Calvin. Tentei contatar Waterson para mostrar o desenho, mas foi impossível. Agora ele quer deletar minha animação." Dificilmente Bill Waterson teria outra reação. O desenhista é conhecido por quase nunca falar com a imprensa e pela postura ortodoxa em relação a "Calvin & Haroldo". Jamais autorizou qualquer tipo de merchandising dos personagens, o que poderia ter lhe rendido milhões de dólares. Em uma de suas poucas entrevistas, criticou Jim Davies por licenciar "Garfield" para estampar produtos, dizendo que ele "vulgarizou" sua criação. "Estou com medo", diz Donato, que ressalta ter tentado fazer sua animação "o mais próximo possível do original." Por enquanto, nada disso sensibilizou Waterson, que teve uma coletânea de suas histórias lançadas no Brasil recentemente. Apesar de ter deixado de desenhar Calvin & Haroldo em 1995, suas tiras continuam a ser publicadas regularmente em jornais do mundo inteiro, inclusive brasileiros.
Fonte: Jones Rossi Do G1, em São Paulo
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